quinta-feira, 21 de março de 2013

“Emoções descontroladas” Sl 116:7


 Introdução: 
As emoções são evidências da nossa criação a partir do Criador. Deus tem emoções, por isso também as temos. Em comunhão com Deus tínhamos emoções controladas, um estado emocional estável e organizado. Afastados de Deus, adquirimos um caráter deformado e nossas emoções sofreram alterações passando do estado emocional organizado, para um estado emocional desorganizado ou descontrolado. Algumas das principais alterações presentes num estado emocional deformado são:

1º) Ira:
ð   Em Eclesiastes 8:11, lemos de um fato muito comum em nossos dias: a impunidade. Vivemos dias de violência, corrupção, desmandos de todas as formas e o que vemos é uma justiça lenta, que não pune os culpados, causando um sentimento de ira e revolta nas pessoas. Por outro lado, quem se sente ofendido não tem mais fé na ação da lei e acaba querendo fazer justiça com as próprias mãos. Ira é esse desejo de vingança, que consome uma vida e a cada dia vai crescendo mais e sufocando-a. Debaixo desse sentimento muitas pessoas têm cometido atos impensados que têm sido fonte de grande dor e amargura: gritaria, ofensas, insultos, homicídios e etc.
A ira causa muito mal a quem sente, pois lhe rouba a paz, alegria e tranquilidade. A palavra de Deus nos revela: “a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1:19-20).

      1/1)  1 Sm 18:7-12_Saul se irou vendo Davi sendo homenageado e o Espírito de Deus o deixou. 
            1/2)  Ef 4:26_Não se ponha o sol sobre a vossa ira.

2º) Devolver mal por mal:            
ð     Que devemos fazer se outros nos fazem mal? Como reagir se alguém nos ofende, nos trata injustamente ou nos faz algum dano? O espírito que nos leva a devolver mal por mal, a nos vingarmos é um dos sentimentos mais dominantes no coração humano. Muitas vezes, pela alteração dos ânimos, o mal devolvido é maior que o recebido e assim o conflito cresce ou cria um constante clima de rivalidade e agressividade. O pagar o mal por mal vai acompanhado de um sentimento pessoal de fazer justiça com as próprias mãos, coisa que o Senhor nos proíbe (Rm 12:19; Pv 24:29). Jesus Cristo nos traz uma proposta diferente, baseada nos seguintes pontos: sofrer o dano e não reagir, amar os inimigos, bendizer os que nos amaldiçoam, fazer o bem a quem nos aborrece, orar pelos que nos ofendem e caluniam (Mt 5:38-43; Lc 6:27-36); perdoar de todo coração aos homens e as suas ofensas (Mt 6:14-15).
O apóstolo Paulo nos ensina a sermos benignos, misericordiosos uns para com os outros, perdoarmos como Deus nos perdoou em Jesus Cristo, a suportar-nos uns aos outros em amor (Ef 4:32; Cl 3:13) e também a não pagar a ninguém mal por mal, não se vingar, a procurar em paz com todos os homens e a socorrer o inimigo caso necessite (Rm 12:17-21).

3º) Ciúmes:
ð    O conceito de ciúme está intimamente ligado a dor e sofrimento. O ciumento sofre muito, pois vive num constante estado de ansiedade, insegurança e medo de perder a pessoa ou coisa amada. O ciúme é uma prisão tanto para quem sente como para quem é o objeto do sentimento. Gálatas 5:20 nos revela este sentimento como obra da carne. A desconfiança destrói as relações humanas. É grande o número de crimes passionais causados por ciúme. O verdadeiro amor não pode levar a outra pessoa a renunciar à vida. A palavra de Deus nos confronta com tais atitudes que ainda existem em nós, que são requícios da velha natureza. Não devemos satisfazer a concupiscência (Gl 5:16 e 24). “O verdadeiro amor não arde em ciúmes, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses e não suspeita mal” (1 Co 13:4,5). Se realmente queremos amar dentro dos padrões bíblicos devemos eliminar todo sentimento de ciúmes que ainda se encontra em nós e buscarmos viver o padrão de Deus.



4º) Rejeição:
      Esse sentimento pode ser manifesto em duas direções: em relação aos outros, a pessoa cheia de si, egoísta, vê a si mesma como o centro do universo e despreza o próximo pela sua aparência, classe social, ou qualquer outro motivo banal que ele atribua como um defeito; considera o outro insignificante, desprezível, pois não possui as qualidades que ele estabelece para serem aceitos. Em relação a si mesmo, muitas pessoas não se aceitam. Têm  problemas com sua auto-imagem, conjunto de idéias ou pensamentos que uma pessoa tem de si mesma, acham-se inadequadas, diferentes, tem uma baixo auto-estima, atribuem a si mesmas falhas e encontram em si, na sua aparência e na sua condição, um motivo de vergonha e humilhação. Isto as torna tímidas, fechadas e arredias. Vivem uma vida de solidão e tristeza desejando ser outra pessoa e ter uma vida diferente. Pessoas que agem dessa forma, infelizmente ainda não conhecem o caráter de Deus, a sua essência, os seus valores e princípios, que são revelados através da sua palavra. Ao termos acesso ao conhecimento da palavra de Deus percebemos que tudo e todos, têm seu valor. “Todos somos obra das mãos do Senhor” Is 64:8.

5º) Medo:
       Este é talvez o sentimento mais primitivo e comum ao ser humano. É um mecanismo de defesa do caráter. O medo nasce por vários motivos: culpa, solidão, insegurança, traumas e tem varias consequências como:
       
        3/1)  Fuga, (Rt 1:1-5) Elimeleque ao ver a crise em seu país fugiu para a terra de Moabe e tornou sua situação pior.
      3/2)     Pânico; o pânico é um súbito abandono de nós próprios, perda de controle da situação e a submissão ao inimigo ou às lutas. Pedro ao sentir a força dos ventos entrou em pânico por causa do medo que sentira e começou a submergir (Mt 10:28-31).
      3/3)     Agressividade, o medo de perder o trono de Israel para seu próximo, Saul se tornou agressivo (1  Sm 18:7-12).

      Mas a mais comum e forte é o seu "efeito paralisante" impedido a pessoa de prosseguir e avançar. O medo nos impede de sermos aperfeiçoados 1 Jo 4:18. O medo nos escraviza à artificialidade. O medo limita nossas possibilidades em todas as áreas da vida: profissional, emocional, financeira, espiritual, etc. O antídoto contra este veneno é o amor. Enquanto o mecanismo de defesa se torna um empecilho para o Espirito Santo, o amor abre-lhe o caminho da transformação. O verdadeiro amor de Deus, derramado em nossos corações, nos enche de confiança e nos dá a certeza de que Ele sempre está conosco. Se Ele está conosco, “quem será contra nós?” Rm 8:31,


Conclusão: Deus quer nos trazer de volta ao estado original. Nossas emoções foram afetadas mas, não é um estado irreversível. Jesus Cristo afirmou: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” Jo 8:32. Nossa alma, que é a sede de nossas emoções, deseja o repouso no Senhor, ou seja, voltar ao seu estado original de criação, organizada.