Introdução:
As emoções são evidências da nossa criação a partir do
Criador. Deus tem emoções, por isso também as temos. Em comunhão com Deus tínhamos
emoções controladas, um estado emocional estável e organizado. Afastados de
Deus, adquirimos um caráter deformado e nossas emoções sofreram alterações
passando do estado emocional organizado, para um estado emocional desorganizado
ou descontrolado. Algumas das principais alterações presentes num estado
emocional deformado são:
1º) Ira:
ð Em Eclesiastes 8:11, lemos de um fato
muito comum em nossos dias: a impunidade. Vivemos dias de violência, corrupção,
desmandos de todas as formas e o que vemos é uma justiça lenta, que não pune os
culpados, causando um sentimento de ira e revolta nas pessoas. Por outro lado,
quem se sente ofendido não tem mais fé na ação da lei e acaba querendo fazer
justiça com as próprias mãos. Ira é esse desejo de vingança, que consome uma
vida e a cada dia vai crescendo mais e sufocando-a. Debaixo desse sentimento
muitas pessoas têm cometido atos impensados que têm sido fonte de grande dor e
amargura: gritaria, ofensas, insultos, homicídios e etc.
A ira causa muito mal a quem sente, pois
lhe rouba a paz, alegria e tranquilidade. A palavra de Deus nos revela: “a ira do homem não produz a justiça de
Deus” (Tg 1:19-20).
1/1) 1 Sm 18:7-12_Saul se irou vendo Davi
sendo homenageado e o Espírito de Deus o deixou.
1/2) Ef 4:26_Não se ponha o sol sobre a
vossa ira.
2º) Devolver mal por mal:
ð Que devemos fazer se outros nos fazem
mal? Como reagir se alguém nos ofende, nos trata injustamente ou nos faz algum
dano? O espírito que nos leva a devolver mal por mal, a nos vingarmos é um dos
sentimentos mais dominantes no coração humano. Muitas vezes, pela alteração dos
ânimos, o mal devolvido é maior que o recebido e assim o conflito cresce ou
cria um constante clima de rivalidade e agressividade. O pagar o mal por mal
vai acompanhado de um sentimento pessoal de fazer justiça com as próprias mãos,
coisa que o Senhor nos proíbe (Rm 12:19; Pv 24:29). Jesus Cristo nos traz uma proposta
diferente, baseada nos seguintes pontos: sofrer o dano e não reagir, amar os
inimigos, bendizer os que nos amaldiçoam, fazer o bem a quem nos aborrece, orar
pelos que nos ofendem e caluniam (Mt 5:38-43; Lc 6:27-36); perdoar de todo
coração aos homens e as suas ofensas (Mt 6:14-15).
O apóstolo Paulo nos ensina a sermos
benignos, misericordiosos uns para com os outros, perdoarmos como Deus nos
perdoou em Jesus Cristo, a suportar-nos uns aos outros em amor (Ef 4:32; Cl
3:13) e também a não pagar a ninguém mal por mal, não se vingar, a procurar em
paz com todos os homens e a socorrer o inimigo caso necessite (Rm 12:17-21).
3º) Ciúmes:
ð O conceito de ciúme está intimamente
ligado a dor e sofrimento. O ciumento sofre muito, pois vive num constante
estado de ansiedade, insegurança e medo de perder a pessoa ou coisa amada. O
ciúme é uma prisão tanto para quem sente como para quem é o objeto do
sentimento. Gálatas 5:20 nos revela este sentimento como obra da carne. A
desconfiança destrói as relações humanas. É grande o número de crimes
passionais causados por ciúme. O verdadeiro amor não pode levar a outra pessoa
a renunciar à vida. A palavra de Deus nos confronta com tais atitudes que ainda
existem em nós, que são requícios da velha natureza. Não devemos satisfazer a
concupiscência (Gl 5:16 e 24). “O verdadeiro amor não arde em ciúmes, não se
porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses e não suspeita
mal” (1 Co 13:4,5). Se realmente queremos amar dentro dos padrões bíblicos
devemos eliminar todo sentimento de ciúmes que ainda se encontra em nós e
buscarmos viver o padrão de Deus.
4º) Rejeição:
Esse sentimento pode ser manifesto em
duas direções: em relação aos outros, a
pessoa cheia de si, egoísta, vê a si mesma como o centro do universo e despreza
o próximo pela sua aparência, classe social, ou qualquer outro motivo banal que
ele atribua como um defeito; considera o outro insignificante, desprezível,
pois não possui as qualidades que ele estabelece para serem aceitos. Em relação a si mesmo, muitas pessoas
não se aceitam. Têm problemas com sua
auto-imagem, conjunto de idéias ou pensamentos que uma pessoa tem de si mesma,
acham-se inadequadas, diferentes, tem uma baixo auto-estima, atribuem a si
mesmas falhas e encontram em si, na sua aparência e na sua condição, um motivo
de vergonha e humilhação. Isto as torna tímidas, fechadas e arredias. Vivem uma
vida de solidão e tristeza desejando ser outra pessoa e ter uma vida diferente.
Pessoas que agem dessa forma, infelizmente ainda não conhecem o caráter de
Deus, a sua essência, os seus valores e princípios, que são revelados através
da sua palavra. Ao termos acesso ao conhecimento da palavra de Deus percebemos
que tudo e todos, têm seu valor. “Todos
somos obra das mãos do Senhor” Is 64:8.
5º) Medo:
Este é talvez o sentimento mais
primitivo e comum ao ser humano. É um mecanismo de defesa do caráter. O medo
nasce por vários motivos: culpa, solidão, insegurança, traumas e tem varias
consequências como:
3/1) Fuga, (Rt 1:1-5)
Elimeleque ao ver a crise em seu país fugiu para a terra de Moabe e tornou sua
situação pior.
3/2) Pânico; o
pânico é um súbito abandono de nós próprios, perda de controle da situação e a
submissão ao inimigo ou às lutas. Pedro ao sentir a força dos ventos entrou em
pânico por causa do medo que sentira e começou a submergir (Mt 10:28-31).
3/3) Agressividade,
o medo de perder o trono de Israel para seu próximo, Saul se tornou agressivo
(1 Sm 18:7-12).
Mas a mais comum e forte é o seu
"efeito paralisante" impedido a pessoa de prosseguir e avançar. O medo nos impede
de sermos aperfeiçoados 1 Jo 4:18. O medo nos escraviza à artificialidade. O
medo limita nossas possibilidades em todas as áreas da vida: profissional,
emocional, financeira, espiritual, etc. O antídoto contra este veneno é o amor.
Enquanto o mecanismo de defesa se torna um empecilho para o Espirito Santo, o
amor abre-lhe o caminho da transformação. O verdadeiro amor de Deus, derramado
em nossos corações, nos enche de confiança e nos dá a certeza de que Ele sempre
está conosco. Se Ele está conosco, “quem
será contra nós?” Rm 8:31,
Conclusão: Deus quer nos trazer de volta ao
estado original. Nossas emoções foram afetadas mas, não é um estado
irreversível. Jesus Cristo afirmou: “conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará” Jo 8:32. Nossa alma, que é a sede de
nossas emoções, deseja o repouso no Senhor, ou seja, voltar ao seu estado
original de criação, organizada.
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